Mestre,
Muitos discutem a questão da tua presença na Eucaristia. Uns
defendem que é fato a tua real presença nas espécies consagradas outros dizem
que não, que a Eucaristia é o teu corpo místico e que o corpo real é o povo de
Deus, a sua igreja.
Nesta confusão o que pensar?
Com quem ficar?
Meu bom José, com tantas coisas com que se preocupar,
vocês resolvem se apegar a detalhes. Vejo discussões e brigas por causa
disto. Seria tão bom vê-los ocupados com o que eu disse sobre os meus
pequeninos, que continuam sem pão, sem trabalho, sem casa, doentes, nas
penitenciárias...
Pois escute e não duvide de meu grande amor.
Eu lhes
disse que a minha Lei se resume em AMAR como eu os amo.
Pare e pense, há mais de um milênio as celebrações se sucedem ao longo da
Terra, são tantas que estão perto de uma celebração a cada 10 minutos, em algum
lugar do planeta. Milhares e milhares de fiéis crédulos repetem
piedosamente ao ver a hóstia e o cálice consagrados se elevarem:
“
Meu Senhor e meu Deus, creio, mas aumenta a minha fé !”
Como poderia desapontá-los ?
E nas comunidades que não acreditam na transubstanciação e
distribuem a "Santa Ceia" não estaria eu lá presente, ceando com
eles?
Não! Não era essa a minha intenção quando pedi que
fizessem memória daquele gesto, não estava pensando em um ritual
de sacrifício, e muito menos em algo mágico-misterioso, e nem que se
fizesse disto um ponto de discordancia entre irmãos. Eu sou simples, adoro
simplicidade e na verdade queria ser lembrado em uma refeição, na partilha do
alimento, na partilha de minha presença que sacia com amor aos famintos de
alimento material e espiritual. E foi assim que os meus mais próximos
entenderam e era assim que nos primeiros tempos faziam.
A comunidade de Lucas deixou isso bem claro quando diz que
“partiam o pão nas casas”
O meu corpo é o conforto de todos, com suas necessidades e
com suas carências. A memória que queria que guardassem de mim é justamente
aquela que sacia com o perdão e a misericórdia.
Deixei isso claro quando
exortei as pessoas a pensarem em suas falhas antes de apedrejar a quem
rotulavam de adúltera. Não condenei a Samaritana que tivera cinco maridos .e
muito menos o centurião apaixonado por seu servo. Sempre o amor, o meu
imenso amor que define as minhas atitudes, e era exatamente essa a memória que
queria que guardassem no gesto simples de partir o pão. Com os caminhantes de
Emaús, foi desta forma que se lembraram de mim e me reconheceram: no partir do
pão, na partilha de amor, na refeição.
Sempre o amor!
Me diga então o que eu poderia fazer diante de tantas
pessoas ansiosas por meu amor e afirmando crédulas a minha presença ali
nas espécies ?
Não me custa estar ali também, eu estou em todo lugar, especialmente onde dois
ou mais se reúnem em meu nome, porque não estaria então ali.
Confesso que não me sinto bem quando colocado em invólucros
de ouro e exposto à adoração, não é do meu feitio, mas também aceito isso por
amor.
Tudo por amor!
Mas espero, e sempre tive essa esperança de que um dia vocês acordem para
a importância de amar sem medidas especialmente aqueles a quem todos
esqueceram de amar. Se querem saber, são eles os preferidos, os primeiros que
serão acolhidos e exaltados no Reino de meu pai, nosso Pai.
Fique na Paz e jamais duvide de meu amor por vocês, Por TODOS vocês, sem
restrições.
-
Nenhum comentário:
Postar um comentário